terça-feira, 4 de novembro de 2008

Continuando com a história do papel no mundo.......

EVOLUÇÕES MARCANTES

Em 1806 Moritz Illig substitui a cola animal, pela resina e alúmem.
Quando a fabricação de papel ganhou corpo, o uso de matéria-prima começou a ser um sério problema: os trapos velhos passaram a ser a solução, mas com a pequena quantidade de roupa usada e com o crescente aumento do consumo de papel, os soberanos proibiram as exportações. Em face disto, os papeleiros tiveram que dedicar suas atenções aos estudos do naturalista Jakob C. Schaeffer que pretendia fazer papel usando os mais variados materiais, tais como: musgo, urtigas, pinho, tábuas de ripa, etc. Em seis volumes Schaeffer editou "Ensaios e Demonstrações para se fazer papel sem trapos ou uma pequena adição dos mesmos". Infelizmente, os papeleiros da época rechaçaram os Ensaios, ao invés de propagá-los.

Na busca para substituir os trapos, Mathias Koops edita um livro em 1800, impresso em papel de palha.

Em 1884, Friedrich G. Keller fabrica pasta de fibras, utilizando madeira pelo processo de desfibramento, mas ainda junta trapos à mistura.

Mais tarde percebeu que a pasta assim obtida era formada por fibras de celulose impregnadas por outras substâncias da madeira (lignina).

Procurando separar as fibras da celulose da lignina, foram sendo descobertos vários processos:
-Processo de pasta mecânica;
-Processo com soda;
-Processo sulfito;
-Processo sulfato (kraft);

A introdução das novas semipastas deram um importante passo na eclosão de novos processos tecnológicos na fabricação de papel. Máquinas correndo a velocidade de 1.200m por minuto, o uso da fibra curta (eucalípto) para obtenção de celulose, a nova máquina Vertform que substituiu com vantagens a tela plana, são alguns fatos importantes.

A FABRICAÇÃO DO PAPEL - MÉTODO ATUAL

A fabricação do papel, tal como foi feita inicialmente por Ts'Ai Lun consiste essencialmente de três etapas principais, partindo-se da matéria-prima que pode ser a celulose, pasta mecânica ou reaproveitamento de papéis usados. As três etapas são:

-Preparação da Massa;
-Formação da folha;
-Secagem;

Dependendo do uso que terá o papel, há uma série de tratamentos especiais antes, durante ou depois de sua fabricação.

Assim, se o papel se destina à escrita ele deve ser um pouco absorvente para que se possa escrever nele com tinta, ou um pouco áspero para o uso de lápis, mas ele não pode ser tão absorvente como um mata-borrão. Para isso, recebe um banho superficial de amido durante a secagem, além de se adicionar breu durante a preparação de massa.

Se o papel deve ser resistente a certos esforços, a celulose deverá sofrer um tratamento de moagem chamada "Refinação".

A primeira etapa da fabricação de papel consta de:

-Desfibramento para soltar as fibras numa solução de água;
-Depuração destinada a manter a pasta livre de impurezas;
-Refinação que dará as qualidades exigidas ao papel através da moagem das fibras;

Na preparação da massa outras operações são levadas a efeito:

-Tingimento: são colocados corantes para se obter a cor desejada;
-Colagem: é a adição do breu ou de colas preparadas;
-Correção do pH: (acidez ou alcalinidade) normalmente a celulose está em suspensão em água alcalina, cuja alcalinidade deve ser parcial ou totalmente neutralizada com sulfato de alumínio, que também vai ajudar na colagem e tingimento;
-Aditivos: colocação de outros ingredientes para melhorar a qualidade do papel;

A segunda etapa da fabricação do papel é a formação da folha, feita através da suspensão das fibras de celulose em água, e que é colocada sobre uma tela metálica. A água escoa através da tela e as fibras são retiradas formando uma espécie de tecido, com os fios muito pequenos e trançados entre si.

A formação da folha poderá ser feita através de várias formas:

-Manual: onde a tela é simplesmente uma peneira;
-Mesas Planas: a tela metálica apóia-se sobre roletes e é estendida, para formar uma área plana horizontal. Esta tela corre com velocidade constante e recebe na parte inicial do setor plano, a suspensão das fibras, a água escoa através da tela deixando as fibras;
-Cilíndrica: a tela metálica recobre um cilindro, que gira a velocidade constante em uma suspensão de fibras, a água atravessa a tela dentro do tambor e é daí retirada; as fibras aderem à tela, formando uma folha que é retirada do tambor por um feltro.

A terceira e última etapa é a secagem que é conseguida inicialmente prensando-se a folha, para retirar toda a água possível, e depois, passando a folha por cilindros de ferro aquecidos, que provocam a evaporação da água.

Feitas estas operações, o papel está pronto para uso, podendo ser cortado no formato desejado por quem for usá-lo.